The King of Fighters: Another Day e seus 10 minutos de pancadaria
The King of Fighters certamente foi uma das franquias mais bem sucedidas da década de 90. Quem nunca botou Kyo contra Iori pra brigar ou “fez famÃlia” com o Terry (era assim que os ratos de fliperama falavam que ia derrotar o seu humilde trio com apenas um lutador) que faça isso JÃ!
Em meados de 2004, com a série um tanto em baixa pela SNK Playmore, estava na hora de investir em algo diferente. E foi assim que o excêntrico e mal-amado Falcoon, artista da SNKP na época, acaba  tomando a linha como character design de um KOF que ninguém jamais imaginou: The King of Fighters Maximum Impact. O jogo não causou o “impacto máximo” do nome, mas apresentou umas boas ideias e uma continuação seria inevitável. Hora de ficar de olho em KOFMI2, dessa vez com o nosso calopsita asiático do belo traço exagerado como produtor e diretor de arte! Mas calma!
Não estamos aqui pra falar dos jogos, mas especialmente de uma série de OVAs que foi lançada para promover o ambicioso KOFMI2, intitulada de KOF: Another Day! São OVAs, divididos em 4 episódios, que se passam numa realidade alternativa da série, mesclando a saga Tales of Ash (KOF 2003, XI e, mais recentemente, com o desfecho em KOFXIII) com a série Maximum Impact, imediatamente após o 1º jogo!
Ele  foi, na verdade, um teste que Falcoon fez, no intuito de enganchar a história do primeiro tÃtulo e sua continuação, KOFMI2! Apesar da intenção, em nenhum momento do jogo é influenciado algum acontecimento deste OVA, portanto, a história pode ser considerada como um spin-off, pois a salada que aconteceu aqui é grande!
O protagonista Alba Meira, junto do seu irmão Soiree Meira (curiosamente uma homenagem de Falcoon aos irmãos Terry e Andy Bogard), agora está sob controle da cidade de SouthTown, já que derrotou o valentão Duke no fim do 1° game! Tudo na cidade está em paz! Então, Alba resolve dar uma saÃda, deixando seu irmãozinho tomar conta das quebradas por ele.
Mas a cidade começa a pegar fogo (literalmente), transmitindo um grande caos! E só uma pessoa poderia causar um grande problema assim: o misterioso Ash Crimson.
O objetivo do andrógino das chamas verdes é pegar os três tesouros sagrados, sendo estes: o espelho Yata da Chizuru, as chamas púrpura de Iori Yagami e as chamas de Kyo Kusanagi.
Se fosse pra encaixar o OVA na cronologia da série, Ash já conseguiu o espelho (KOF 2003) e as chamas púrpura (KOF XI). Toda essa “brincadeira” pela cidade significa que ele está querendo dar um “alô” para Kyo e roubar para si o tesouro dele. E esse é o pretexto para algumas cenas de pancadaria “da pesada”!
Algumas caras famosas além de Kyo, Iori e Ash também aparecem aqui. Certos episódios giram inteiramente em torno de alguns personagens, como é o caso de Rock Howard, o filho do Geese, adotado pelo Terry, onde ele e Lien Neville (uma personagem exclusiva da série MI) lutam contra Billy Kane na Geese Tower, e K’ , junto de seu companheiro Maxima, lutando contra Leona, Ralf e Clark.
As lutas costumam entrar em cena de forma um tanto forçada (qualquer coisinha é um pretexto para uns sopapos). Mas isso não quer dizer que elas sejam ruins, pelo contrário, elas são sensacionais. E seriam ainda mais se os produtores tivessem a vergonha na cara (ou verba, vai saber…) de fazer pelo menos 20 minutos em cada episódio. Cada um deles possuem apenas 10 minutos, um tempo que deixa bastante a desejar, dando aquele gostinho de “quero mais”. Apesar desses pesares, o Studio 4°C encarregado de animar Kyo, Iori, Athena e quase toda aquela turma que você jogava no fliperama, conseguiu fazer um trabalho excelente, com cenas de ação cheia de detalhes sensacionais.
Outra coisa é o fato que alguns personagens foram muito mal aproveitados. Mai e Athena, por exemplo, só apareceram pros fãs se fantasiarem mesmo, porque não fizeram nada de importante e sabemos do potencial dessas personagens no game!
É um bom OVA de ação, mas quem não conhece o game, seja da linha principal ou da série Maximum Impact, irá simplesmente ser jogado de paraquedas e não entenderá nada. Um OVA de KOF poderia ser muito mais bem aproveitado, mas valeu a intenção!