Sentais chutando traseiros por décadas!

14 de setembro de 2009 2 Por Kerplunk
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changeman

Assim como o caso dos Kamen Riders Black e Black RX, quem acompanhou as programações importadas do Japão pela extinta Rede Manchete já deve ter tido contato com outra grande franquia japa de live action: os Super Sentais (do japonês Super Esquadrão). São grupos de heróis coloridos com colant e robôs gigantes, impossível confundir o gênero. Aqui pelo Brasil conseguimos acompanhar 4 deles, Changeman, Flashman e Maskman pela Manchete e o Goggle Five pela Bandeirantes e posteriormente pela Record.

A fórmula é quase sempre a mesma, primeiro se escolhe um tema para a temporada: animais, samurais, carros, joias, dinossauros etc, e depois forma-se um grupo de 3 ou 5 jovens, cada um com sua cor predominante (onde o vermelho sempre lidera) e contrastantes personalidades entre eles, uma bazuca comunitária pra matar monstros, e por último um robô gigante que foma-se a partir de veículos distintos.

A franquia Super Sentai se perpetua desde 1977 no Japão pela Toei (também produtora dos Kamen Riders) e depois firmou sua parceria com a Bandai. A receita dessas empresas vem predominantemente de brinquedos e gadgets diversos pra molecada japa.

maskman

Alguns fatos tornaram-se sagrados para as séries de sentai com o tempo, o primeiro é que toda série ganha um filme para o cinema – na verdade um episódio de um pouco mais de uma hora pra se ver na telona, com efeitos especiais mais bem caprichados. O segundo fato é ingressão de personagens extras no elenco do time dos bonzinhos, estes trazendo junto os devidos upgrades pros robôs da turma principal. E por último, o fato que eu acho mais interessante, toda série ganha um especial para o cinema que consiste em um crossover de equipes, o sentai atual sempre se esbarra com o sentai da temporada anterior, brigam sem motivos (lei do Sérgio Aragonés para quando se tem muitos heróis juntos), fazem as pazes, unem as forças e derrotam um inimigo em comum. Tais crossovers chegam a dar aneurisma de tanto colorido, mais até que a Parada Gay.

Diferente dos Kamen Riders, cujo enredo das séries foi crescendo junto com seus fãs, os sentais continuam direcionando o programa aos baixinhos da Xuxa. As histórias são mais bobinhas com monstros que têm poderes ridículos como fazer todo mundo escorregar, trocar as pessoas de corpo, fazer todos dormirem etc. Mas ainda mantém as fascinantes cenas de lutas de robôs gigantes.

flashman gran titan jr flashking

A tradicional franquia japonesa deu a deixa para que em 1993, um egípcio espertalhão, chamado Haim Saban, comprasse o direito da série Kyoryu Sentai Zyuranger, e assim ensaiar uma novelinha Malhação na Nova Zelândia com uma molecada ocidental e multi racial, usando assim os cortes da série japa para os momentos das lutas dos heróis transformados, robôs e ataques de monstros nas cidades, nasceu assim os Power Rangers. E ninguém se perguntava porque tinha tanto oriental fugindo de monstros na Alameda dos Anjos… O negócio é que a empreitada do Saban deu tão certo que até hoje a produtora (já nas mãos da Disney e Bandai América) tem feito sua heresia com os tão queridos Super Sentais.

Atualmente a TV Asahi transmite no Japão a 33ª temporada, o Samurai Sentai Shinkenger, que no mesmo bloco de programação apresenta o Kamen Rider Decade, fato que possibilitou o inédito crossover de franquias. O Kamen Rider Decade se encontrou com os Shinkengers, e como dita a regra, brigaram em princípio sem nenhum motivo e depois uniram-se pra chutar uns traseiros.

Alguém por acaso já se perguntou por que os monstros não atacam os heróis durante as coreografias ou porque os monstros gigantes simplesmente não impediam o robô gigante de se formar? Ou pelo menos se lembra da sátira que o Toriyama fez com a Força Ginyu em Dragon Ball.